Flori.Tech usa máquinas de coleta de resíduos recicláveis para construir plataforma de dados com benefícios para clientes e empresas
Por Shell Iniciativa Jovem em 04/01/2023
Descartar resíduos recicláveis da forma correta é um processo que, muitas vezes, pode ser um tanto chato, mas se prova extremamente importante para a saúde do planeta. O consumidor final mais engajado às questões ambientais costuma se importar com esse assunto, mas Thaís Guerra, jovem empreendedora à frente da Flori.Tech junto com o empreendedor Gabriel Bastos, sabem que a maioria, não. Por isso, desenvolveu uma solução que propõe a democratização da coleta seletiva, com máquinas de autoatendimento, e ainda oferece uma série de benefícios ao cliente. Tudo isso associado a análise de dados, em uma plataforma em tempo real.
“O consumidor final quer se sentir beneficiado, porque ele sabe que essa ação de levar um resíduo para descarte é chata. Quanto mais a gente conseguir retirar o atrito dessa jornada, melhor para todo mundo. Isso incentiva ele a retornar, ainda mais se ele tem uma contrapartida, um benefício em troca. Por isso, a gente tem uma jornada simplificada, que vai direto ao ponto. Não simplificada no sentido de ser extremamente minimalista ou sem graça. Mas a única coisa que importa, para o consumidor final, é realizar o descarte sem ter que perder tempo”, explica Thaís Guerra.
E se você encontrar uma máquina da Flori.Tech na rua, o que precisa fazer? Primeiro, é necessária uma rápida interação com a tela. Depois, uma porta desce à esquerda e você consegue jogar fora todo o lixo reciclável que tiver, num espaço de 30 cm de diâmetro. A porta se fecha e o consumidor já pode consultar seu saldo e receber benefícios.
De abril a novembro, cerca de 14 toneladas de resíduos foram descartados, aproximadamente 4 mil CPFs únicos cadastrados na plataforma e pouco mais de 9 mil descartes realizados, a um peso médio de 1,5 kg.
Até o momento, quem escolhe o benefício é a empresa contratante, onde a máquina da Flori.Tech é instalada. A Nespresso, por exemplo, dá uma caixa de café após uma certa quantidade de cápsulas devolvidas. Já a Universidade Estácio de Sá oferece descontos no valor da matrícula, a partir da quantidade de material descartado. “A gente sabe que o cliente B2B quer algo que se conecte à proposta da marca e que conecte a marca ao consumidor. Hoje, há empresas que oferecem cashback, desconto, voucher para consumação no local e brindes. No futuro, queremos ter algo mais sofisticado, no sentido de ter um próprio clube de benefícios.”, afirma Thaís Guerra.
A produção, a instalação e a operação das máquinas de coleta de resíduos são realizadas pela Flori.Tech, além da gestão da plataforma de benefícios e da análise de dados. Hoje, há oito máquinas em operação, que são similares aos modelos encontrados em países como Japão, Suíça e Noruega – mas as máquinas da Flori.Tech são 100% desenvolvidas e produzidas no Brasil. Em dezembro, mais 20 máquinas chegaram ao mercado.
“O Edital de Soluções para a Retomada 2022 está sendo interessante para que a gente consiga tirar do papel algumas coisas que já gostaríamos de fazer há um tempo, mas que faltava incentivo financeiro. Por exemplo, com o apoio vamos aprimorar a plataforma de redução de impacto socioambiental, com uma ferramenta de inteligência artificial, usando base em indicadores dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU (Organização das Nações Unidas). A gente também queria expandir o projeto para o Espírito Santo e já falava com as meninas da RefilMe, muito antes delas entrarem no programa Shell Iniciativa Jovem. E agora isso será possível”, conta Thaís. (Clique aqui para conhecer a história da RefilMe, outro negócio selecionado para o Edital de Soluções para a Retomada 2022)
Além da expansão da plataforma e da abrangência do negócio, outra inovação que o Edital permitiu à Flori.Tech foi a criação de uma máquina inteiramente feita de plástico reciclável. “A ideia é mostrar que o resíduo tem valor e que consegue ser transformado em algo bonito. Queremos valorizar o material, tornar ele protagonista. E também chamar a atenção de empresas grandes, para quem sabe fechar uma parceria.”, afirma Thaís.
Mais do que a coleta, o foco do empreendimento é mostrar as métricas em relação a isso, os dados de pós-consumo e descarte – onde ocorre, quem descarta e porquê. Essa informação pode ser utilizada para engajamento, educação ambiental, marketing com propósito. E pode provar, em números, o que está sendo coletado e para onde está indo.
“Existe uma plataforma em que o cliente contratante consegue ver em tempo real os dados de descarte (quantas pessoas descartaram, o dia da semana e horário com mais coletas, o tipo de resíduo mais descartado, entre outros dados), e o consumidor consegue ver seu extrato de pontos.”, explica Thaís.
Além disso, outro passo importante que a Flori.Tech pretende dar é levar uma de suas máquinas de coleta à Rocinha, maior comunidade do Brasil, localizada na zona sul do Rio de Janeiro, democratizando ainda mais o processo. No futuro, a intenção da empresa é expandir suas atividades para pontos por todo o Sudeste, seguido do Sul e do Nordeste.